A Paróquia São João Batista, localizada na Vila Alabama, no guia Itaim Paulista, na Zona Leste, será demolida. No mesmo terreno, haverá a construção de um novo templo religioso. A decisão virou motivo de polêmica no bairro em razão do valor histórico da paróquia, erguida em 1957.

A comunidade está dividida: alguns acham que a demolição é necessária em razão dos problemas estruturais do prédio e outros pensam que o imóvel poderia ser preservado. A casa paroquial, contígua à paróquia, já começou a ser demolida nesta semana.

O padre Edmilson Leite Alves comanda a paróquia há nove anos. Para ele, não há outra alternativa para o imóvel que não seja a demolição. “Os cupins tomaram conta dos assentos e do teto, dentre outros locais montados em madeira. As paredes também estão condenadas. Qualquer batida elas se ?desmancham?”, afirmou.

De acordo com o sacerdote, atualmente não sobrou quase nada de original da construção de 1957. “Ao longo dos anos, foram realizadas diversas reformas por causa dos problemas. A única peça original é uma pia batismal, que ocupa um bom lugar no templo”, ressaltou o padre.

O custo estimado de toda obra é de R$ 1 milhão, valor que será custeado com doações. Uma equipe de captação de recursos foi montada. A meta é conseguir 1.104 doadores, cada um responsável pelo custo de um metro quadrado da construção.

Cada metro quadrado está estimado em R$ 1.000, valor que pode ser pago em até 20 vezes. Folhetos explicando a necessidade da obra estão sendo distribuídos pela Vila Alabama e outros bairros próximos dentro do Itaim Paulista. Em oito meses o novo templo deve ficar pronto e livre para o uso.

“Infelizmente, a estrutura do imóvel está comprometida. É melhor darmos uma solução definitiva para os problemas antes que aconteça alguma tragédia, como a queda do teto, por exemplo”, argumentou o bancário aposentado Durval Pina, de 55 anos. “O terreno também é muito frágil. Foi realizada uma medição e existe solo firme após 35 metros de profundidade. É preciso realizar uma nova fundação”, acrescentou o aposentado.

Descontentes /O assistente administrativo Fernando Dojcar, de 54 anos, visitante constante da paróquia, lamenta a demolição. “A paróquia possui um valor histórico muito grande para nós. Muita gente se casou lá e frequenta as missas há diversos anos. Eu entendo que uma reforma bem feita poderia resolver as deficiências existentes. É muito triste ver um símbolo do bairro se desmoronando”, afirmou.

A opinião é compartilhada pelo atendente Jonatas Almeida, de 28 anos. “Considero que haverá um custo muito alto para a construção de uma nova paróquia. Com o dinheiro que será utilizado, acho que dava para fazer uma boa reforma sem precisar derrubar o imóvel. Na minha opinião, para demolir e erguer outra paróquia no lugar serão gastos mais de R$ 1 milhão”, enfatizou o atendente.

Fonte: Diário de S. Paulo